


Grupo Cena 11

O objeto de pesquisa central do Grupo Cena 11 é o modo de controle do corpo, este definido como sujeito e objeto dele mesmo através do movimento. É na dança que a Cia. propõe que as questões sejam desenvolvidas e que sejam propostas novas perguntas. Neste momento as definições de corpo, dança e coreografia desenvolvem investigações sobre convívio, diferença, vestígio e continuidade. Como continuar habilitando o corpo a ser um coletivo. Não um conjunto de individualidades, mas um indivíduo de coletividade. Um corpo impossível de se compreender a sós.
O GRUPO CENA 11 CIA. DE DANÇA desenvolve e compartilha ferramentas técnicas fundamentadas nas relações entre corpo, ambiente, sujeito e objeto como variáveis de um mesmo sistema vivo que existe enquanto dança. Seus projetos de pesquisa e formação confluem teoria e prática no entendimento de dança e atravessam as definições de corpo tratando tecnologia como extensão e expansão do corpo propriamente dito.
A Companhia, dirigida por Alejandro Ahmed, surgiu e é radicada na cidade de Florianópolis - SC e atua desde 1995 na produção artística de dança tendo se tornado referência nacional e internacional da área. Um núcleo de criação com formação em várias áreas compõe a base para uma produção artística em que a ideia precisa ganhar expansão num corpo e se organizar como dança.



Matéria Escura
Nos últimos 13 meses mergulhamos no "Matéria Escura" através do "Futuro Fantasma", projeto que é desvio e expansão, o tempo presente do Cena 11. Desde março de 2020 o grupo vem desenvolvendo uma forma de incorporar o trânsito entre presença e telepresença. Um novo corpo em estufa para outro "Matéria Escura". Um exílio ativo num Brasil à deriva. A prática de relações entre mudança, risco e imunidade na investigação artística de um corpo biopolítico.
No atual processo, ferramentas novas correlacionam presença, virtualidade, arquivos, memória, e toda espécie de transdução que escorre destes contatos.
Um movimento contínuo multidirecional a integrar ações de texto, áudio, vídeo, temporalidades e espacialidades através dos corpos que tornam acessíveis a manifestação e o atravessamento da vida das coisas, no acontecer do movimento.
A dança como instrumento para transduzir comportamentos cinéticos em sintaxes bio culturais.
Corpo Sintoma
Na escuridão tudo é engolido
Na distração dos olhos, o que não conseguimos ver?
Na atenção à integração dos sentidos é possível mapear o ponto cego da presença?
É possível na irreversibilidade da vida nossos corpos se multiplicarem em temporalidades e espacialidades para dar continuidade ao movimento do estar vivo?
Extinção é uma aparência.
Oportunidade feita de aparência.
Tudo se move até o fim.
Seus fundamentos artísticos se amparam na detecção de uma força através dos sintomas que esta força acusa nos corpos atravessados por ela. Um corpo invisível, que vincula à aparência dos seus efeitos de presença em outras matérias para manifestar sua existência.
É também um nome próprio. Um vestígio de Futuro. Um devir de Passado.
Situa também a possibilidade de coreografia como uma matéria invisível, como uma possibilidade sintática de matérias assimétricas.
